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A forma como produzimos e consumimos alimentos está a colocar-nos numa emergência mundial — para a natureza e para a nossa saúde. Nos últimos 50 anos, a produção alimentar causou 70% da perda de biodiversidade em terra e 50% em água doce. É imperativo mudar a forma como produzimos e consumimos alimentos.
No relatório “Achatar a Curva: O Poder Restaurador das Dietas que Respeitam o Planeta”, apresentamos um estudo que demonstra como a mudança para dietas sustentáveis pode não só melhorar a nossa saúde, como ajudar a salvar o planeta.
Globalmente,
- A produção alimentar é responsável por cerca de ¼ de todas as emissões de GEE
- A agricultura é responsável por 80% da desflorestação
- 35% das populações piscícolas têm sido alvo de sobrepesca a um nível insustentável
- 1/3 de todos os alimentos que são produzidos são desperdiçados
- 821 milhões de pessoas passam fome diariamente, perto de 2 biliões têm excesso de peso ou obesidade, e os hábitos alimentares inadequados são a principal causa para o desenvolvimento de doenças não transmissíveis como a diabetes e a doença cardiovascular
O Guia de Consumo de Proteína, baseado num relatório técnico que apresenta uma análise científica da produção de diferentes tipos de proteínas de origem animal e vegetal em Portugal, pretende ajudar os consumidores a fazer escolhas mais responsáveis e sustentáveis.
O projeto internacional Eat4Change, é financiado pelo programa da Comissão Europeia DEAR e é coordenado pela WWF Finlândia. Arrancou em maio 2020 e terminará em abril de 2024, estando a ser implementado em conjunto com doze parceiros, entre eles a ANP|WWF.
A iniciativa tem como principal objetivo promover a transição para dietas sustentáveis, procurando também trabalhar em conjunto com empresas e autoridades para que sejam adotadas práticas de produção mais sustentáveis.
OS OBJETIVOS
- Consciencializar os jovens europeus sobre o seu papel no mundo e respetiva responsabilidade para com os outros cidadãos e planeta;
- Incentivar os jovens a assumir um papel ativo como cidadãos globais e a abordar questões relacionadas à sustentabilidade e ao desenvolvimento;
- Incentivar os jovens a adotarem um estilo de vida sustentável.
Adota uma dieta equilibrada e variada
O nosso organismo precisa de vários nutrientes para se manter saudável, por isso, devemos praticar uma dieta equilibrada e que inclua uma grande variedade de alimentos, dando prioridade aos cereais integrais, frutas e vegetais. Alimentos ricos em açúcar e gordura e carnes devem ser consumidos com menos frequência. O planeta beneficia também do cultivo de grandes variedades de alimentos, uma vez que contribui para a manutenção da qualidade dos solos.
Opta por alimentos saudáveis e minimiza os processados
Quão mais processado é um alimento, maior o seu impacto ambiental. Por dois motivos: pela quantidade de emissões libertadas para a atmosfera durante o processamento e, porque, uma vez que o alimento perde qualidade nutricional durante o processo, torna-se necessária a produção de uma maior quantidade de alimentos para que as quantidades essenciais de nutrientes sejam fornecidas.
Alimentos frescos e minimamente processados são mais saudáveis e apresentam um menor impacto ambiental, pois quanto mais produtos destes consumirmos, menos recursos naturais têm de ser utilizados na produção alimentar.
Reduz o consumo de alimentos de origem animal
A carne, o peixe, os ovos e os laticínios são importantes fontes de nutrientes. Contudo, e principalmente nas comunidades mais urbanas, estes alimentos são consumidos de forma excessiva, o que acarreta impactos negativos para o ambiente e para a saúde. Para evitar estes impactos promove-se o aumento do consumo de produtos de origem vegetal.
Evita o desperdício alimentar
Atualmente produzimos alimentos suficientes para alimentar toda a população. Contudo, cerca de 1/3 dos alimentos produzidos mundialmente são desperdiçados, ao longo de toda a cadeia de produção. Quando os alimentos são desperdiçados, são igualmente desperdiçados todos os recursos utilizados para a sua produção, como o solo, a água e a energia. Para além disso, a decomposição destes alimentos, nos aterros, contribui para a emissão de Gases com Efeito de Estufa.
Para dicas sobre como evitar o desperdício alimentar nas nossas casas consulta o site Save One Third.