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Todos os anos, cerca de 100 milhões de tubarões e raias são capturados globalmente. O comércio mundial à base de tubarões e raias movimenta mais de 4 mil milhões de dólares anualmente e envolve mais de 200 países. Portugal é o 2º país a nível mundial com maiores exportações de carne de tubarão e o 6º maior importador de carne de raia. Mas há um consumo escondido que os coloca em perigo!
Do creme da cara à ração animal, passando por comprimidos e suplementos nutricionais, consumimos tubarão e raia muito mais do que imaginamos! Um estudo de mercado feito pela ANP|WWF mostra-te como este consumo escondido está a esgotar estas espécies, e como ainda vamos a tempo de dizer "Não!" ao consumo de tubarão e raia.
A sobrepesca e o comércio não regulado e pouco transparente são responsáveis pelo declínio das populações de tubarões e raias e pelo seu mau estado de conservação um pouco por todo o mundo. A perda de espécies contribui para a deterioração dos oceanos e é um sintoma claro de uma sobre-exploração marinha de larga escala.
Das 1200 espécies de tubarões e raias conhecidas, atualmente mais de 36% estão ameaçadas, sendo este o segundo grupo, depois dos anfíbios, com mais espécies ameaçadas de extinção do planeta. Algumas espécies em particular como é o caso do tubarão anequim são muito vulneráveis à pesca excessiva.
Estamos a pescar e consumir mais produtos à base de tubarões e raias do que imaginamos, por todo o mundo. Na verdade, os tubarões e raias estão a migrar mais quando estão mortos do que enquanto estavam vivos. Para regular efetivamente esta rede altamente complexa e global de comércio de tubarões e raias é necessário conhecer a dimensão das rotas comerciais, as espécies envolvidas e os países de origem e de destino das várias partes de tubarões e raias bem como o seu tipo de processamento.
A carne e as barbatanas são os principais subprodutos à base de tubarões e raias, onde se registam as maiores quantidades transacionadas em valor e volume e para os quais há mais informação. O preço pode variar dependendo da espécie, produto e comerciante. O comércio global de carne de tubarão e raia em termos de valor é quase o dobro do que o das barbatanas, apesar do valor comercial das barbatanas ser muito mais elevado.
A rede global de comércio para a carne de raia é menos diversificada do que para carne de tubarão, sendo a Argentina, como exportador, e a Coreia do Sul, como importador, que dominam o mercado. Os Estados Unidos e o Brasil também são importantes fornecedores do mercado sul-coreano, que por sua vez exporta de volta para os EUA já sob a forma de raia processada. As exportações da Coreia do Sul para os EUA, embora não sejam tão elevadas, são importantes para a estrutura da rede. Comparativamente e apesar dos volumes transacionados pelos países da UE serem menores, a França, Espanha e Holanda são importantes intermediários para a estabilidade da rede global de carne de raia.
Não estão disponíveis dados oficiais de barbatanas de raias, que, apesar de significativas e com valor comercial elevado, são designadas como “barbatana de tubarão”. Isto, aliado à existência de um TAC (total admissível de captura) não diferenciado para cada uma das espécies de Raja (cerca de 7 espécies diferentes em Portugal são geridas como se fossem uma só), não permite identificar quais as espécies que são comercializadas, tornando o comércio de produtos de raia ainda mais opaco do que o de tubarão.
Portugal tem aumentado o volume das suas importações de carne de raia, especialmente na última década e é agora o 6º maior importador em volume do ranking mundial, sendo que 95% das importações têm origem em Espanha.
A Espanha é o maior exportador mundial e a Itália o maior importador de carne de tubarão. Na última década, Espanha dominou o comércio global altamente complexo de carne de tubarão fresca e congelada, aparecendo entre os três principais países do mundo com maiores valores, volumes e número de parceiros comerciais.
As rotas comerciais com os maiores volumes de carne de tubarão são do Uruguai para o Brasil; de Portugal para Espanha; de Espanha para Itália; de Portugal para o Brasil; e do Equador para o Peru. No entanto, as pontes comerciais mais importantes para a estabilidade da rede de carne de tubarão têm sido entre Japão, Portugal, Reino Unido e Espanha; Japão e Panamá; e China e Japão. A União Europeia estabeleceu-se como o principal fornecedor de carne de tubarão para os mercados do Sudeste e do Leste Asiático, sendo as suas próprias exportações e importações responsáveis por cerca de 22% do comércio global de carne de tubarão.
Portugal contribui significativamente para o comércio global de carne de tubarão. Na última década é o país do mundo com maiores exportações de carne fresca e o 2º em carne congelada em termos de volume. Estabelece ligações comerciais com 95 países diferentes, sendo a Espanha, o país com o qual Portugal tem o maior volume de trocas comerciais.
Durante a 2.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que teve lugar em Lisboa em 2022, o Governo português assumiu o compromisso de desenvolver um Plano de Ação Nacional para a Gestão e Conservação dos Tubarões e Raias até ao final de 2023. Com o apoio da AIEP – Associação para a Educação, a Saúde, a Arte e o Meio Ambiente – e da Fundação Oceano Azul, a ANP|WWF realizou no passado dia 7 de julho um Workshop participativo Nacional para contribuir para o desenvolvimento deste plano, o qual juntou stakeholders relevantes para a Gestão e Conservação de Tubarões e Raias, tanto do continente como das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, do qual emanaram várias recomendações, que podem ser contultadas aqui.
RECOMENDAÇÕES PARA AS AUTORIDADES
Transparência e Rastreabilidade
Para os países com importantes capturas de tubarões e raias e trocas comerciais destes animais, como é o caso de Portugal e Espanha, é necessário reforçar as medidas de proteção existentes e assumir um papel de liderança na conservação e recuperação destes animais.RECOMENDAÇÕES PARA OS CONSUMIDORES
Pedir informação na venda
Os tubarões e as raias são vendidos sob nomes genéricos que não permitem identificar corretamente as espécies em causa. Os consumidores devem evitar comprar ou consumir qualquer produto à base, ou com componentes, de tubarão e raia.Há 400 milhões de anos que os tubarões e raias desempenham papéis fundamentais no equilíbrio dos ecossistemas. Sabe mais no nosso relatório:
GUARDIÕES DO OCEANO EM PERIGOPortugal é o segundo país do mundo com mais capturas de tubarão anequim provenientes do Atlântico Norte depois de Espanha. Descobre mais no link:
SAVING MAKO SHARK